Tudo estava tranqüilo entre os adolescentes baianos fãs do grupo pop musical RBD. Exceto os cabelos tingidos de rosa ou laranja e as roupas pretas, eles não esboçavam nenhuma má criação até o dia 15 de agosto, quando o grupo mexicano comunicou oficialmente- sem explicar o motivo - que faria uma turnê de despedida. Desde então, parece que muitos mundos desabaram. E o pior: a turnê do mais novo e instantâneo fenômeno musical juvenil do planeta não vai passar por Salvador, embora o fã-clube do grupo mexicano tivesse obtido da produção a confirmação de que eles viriam à terra do axé. O espetáculo Giro do adeus vai passar apenas por São Paulo, no dia 9 deste mês, e Rio de Janeiro, no dia seguinte. Milhares de crianças e adolescentes baianos ficaram frustrados. Afinal, não foi o primeiro alarme falso disparado pela produção do grupo, que chegou a dar início à venda dos ingressos há dois anos. 'Lembro-me como se fosse ontem. Já estava tudo certo para o show no dia 30 de setembro de 2006, na Fonte Nova, mas a produção do RBD no México cancelou o evento na última hora, alegando que haveria um jogo de futebol no estádio', conta, revoltada, Brunna Calazans, 17 anos. Depois que a notícia caiu como uma bomba em seus braços, a adolescente apelou para os pais, pedindo que a levassem à cidade de Fortaleza, onde pôde ver seus ídolos de perto. Mas nem todos os adoradores do sexteto formado por Alfonso, Any, Christian, Christopher, Dulce María e Maite tiveram a mesma sorte de Brunna. Quando soube do cancelamento do show do RBD na cidade, em 2006, o estudante Luciano Damasceno, 15 anos, ficou desesperado. Ele tentou embarcar num vôo para Fortaleza com outros três amigos. 'Peguei o cartão de crédito de minha mãe e saímos decididos a viajar. Fomos impedidos pelos funcionários do aeroporto, pois éramos todos menores de 18 anos', conta. Mas o adolescente não se deu por vencido. No mesmo dia, ele ficou sabendo que o vôo do grupo musical faria escala no aeroporto da cidade. A notícia se espalhou. Luciano era apenas mais uma cabeça entre as milhares que se espremiam na muralha de onde se via a pista de pouso. Crianças e adolescentes choravam, gritavam e acenavam em direção ao avião. 'Mas eles não apareceram, uma pena. Eu os amo mesmo assim', declara. DESCRENÇA Adreza Carneiro, 14, amiga de Luciano, faz cover do RBD desde 2005. Ela interpretava a personagem Mia, da atriz Anahí, que ao lado de Dulce Maria, é a mais adorada pelos fãs. Quando é para falar do fim do grupo, a voz embarga. 'Prefiro não acreditar nisto agora', disse. Também fã de carteirinha do RBD, o irmão de Andreza, Vander, 20, era quem fazia as coreografias do grupo baiano. Ele acha que o Rebelde deveria, ao menos, fazer uma apresentação na Bahia antes do fim. Os cerca de dois mil integrantes de dez comunidades do site de relacionamento Orkut criadas por adoradores baianos do grupo Rebelde pensam como Vander. Tanto que vão realizar uma passeata nesse sábado, pela manhã, no Campo Grande. A intenção é usar a rebeldia para 'sensibilizar os produtores'. Mas sobre o polêmico fim do grupo, há quem já tenha opinião formada. 'Acho que o fim do grupo é uma jogada de marketing para vender mais CDs e shows', aposta a estudante Thaíse Silva, 17 anos. De fato, o número de shows do grupo aumentou assustadoramente após o anúncio do fim. 'Se eles viessem a Salvador eu pagaria qualquer preço', se emociona. Os ingressos dos shows do Rebeldes no Brasil custaram entre R$500 (Fortaleza) e R$700 (São Paulo). O custo foi o argumento utilizado por alguns produtores para explicar ao fã-clube RBD Salvador o porquê de a capital baiana não entrar na rota do grupo mexicano. Caso o grupo seja extinto, Luciano e os amigos vão amargar a decepção de nunca terem visto os ídolos de perto. Antes, eles realizam uma última e desesperada tentativa de sensibilizar os produtores para que tentem trazer o sexteto para a cidade.
sábado, 20 de junho de 2009
Orfãos rebeldes: fãs tentam trazer RBD para Salvador
Postado por Hamanda às 08:14
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário